Gaiola
Ela era apaixonada pelo mundo. Tinha alma de cigana. Peito leve. Não conseguia aquietar em um unico lugar e sempre sentia que havia muito mais lá fora do que dentro de casa.
Eu era apaixonada por ela e sabia que nunca ganharia do mundo inteiro. O que eu tinha para oferecer pra ela que valesse mais que o mundo?
Era inevitável que eu não sentisse o ciúmes pinçar em meu peito. O outro era tão bonito e cheio de histórias não contadas. Eu era apenas eu. Tão pequena e sem graça em comparação.
Eu tentei a segurar dentro do meu próprio peito. Tentei a trancar em mim para que ela não visse nada do lado de fora. Me transformei numa prisão. Cadeado. Gaiola. Tentei fazer com que ela não o visse. Talvez assim a falta não se fizesse nela. Pensei nisso tantas vezes que quase aconteceu.
Mas a prisão sufocava. Deixava meu peito pesado com o peso de nós duas. E eu via nos olhos dela que ela era feito passarinho, que precisa voar para poder cantar. Para poder viver.
O que é um passarinho preso na gaiola, se não o resto da liberdade que já tivera um dia?
Por isso a soltei. Deixei que fosse livre para voar para onde bem entendesse.
E ela voou. Voou com o vento, com a chuva, com o sol. Voou para tão longe que acreditei que não a veria mais. Ela foi. Doía, mas meu peito estava leve. Tão leve que o amor que eu sentia por ela também parecia flutuar dentro de mim.
Só quando ela foi que eu entendi que eu não tinha que me comparar com ele. E mesmo que agora doesse eu estava bem assim, pela única certeza de saber que ela estava feliz cantando pelo mundo. E que, mesmo que ela não voltasse, ela estava no mundo que amava.
Mas ela voltou.
Não tentou me prender ou me cegar. Ela me segurou suavemente pela mão e me ensinou a voar com ela. Ao lado dela.
Ela era apaixonada pelo mundo, e assim como eu, seu mundo era mais completo quando voávamos juntas.
Por Giulis.
Eu era apaixonada por ela e sabia que nunca ganharia do mundo inteiro. O que eu tinha para oferecer pra ela que valesse mais que o mundo?
Era inevitável que eu não sentisse o ciúmes pinçar em meu peito. O outro era tão bonito e cheio de histórias não contadas. Eu era apenas eu. Tão pequena e sem graça em comparação.
Eu tentei a segurar dentro do meu próprio peito. Tentei a trancar em mim para que ela não visse nada do lado de fora. Me transformei numa prisão. Cadeado. Gaiola. Tentei fazer com que ela não o visse. Talvez assim a falta não se fizesse nela. Pensei nisso tantas vezes que quase aconteceu.
Mas a prisão sufocava. Deixava meu peito pesado com o peso de nós duas. E eu via nos olhos dela que ela era feito passarinho, que precisa voar para poder cantar. Para poder viver.
O que é um passarinho preso na gaiola, se não o resto da liberdade que já tivera um dia?
Por isso a soltei. Deixei que fosse livre para voar para onde bem entendesse.
E ela voou. Voou com o vento, com a chuva, com o sol. Voou para tão longe que acreditei que não a veria mais. Ela foi. Doía, mas meu peito estava leve. Tão leve que o amor que eu sentia por ela também parecia flutuar dentro de mim.
Só quando ela foi que eu entendi que eu não tinha que me comparar com ele. E mesmo que agora doesse eu estava bem assim, pela única certeza de saber que ela estava feliz cantando pelo mundo. E que, mesmo que ela não voltasse, ela estava no mundo que amava.
Mas ela voltou.
Não tentou me prender ou me cegar. Ela me segurou suavemente pela mão e me ensinou a voar com ela. Ao lado dela.
Ela era apaixonada pelo mundo, e assim como eu, seu mundo era mais completo quando voávamos juntas.
Por Giulis.
Comentários
Postar um comentário