Blues Fúnebre


Blues Fúnebre

Que os relógios parem e os telefones silenciem,
Para que calem os cães, bons ossos os providenciem,
Parem os pianos e guiem ao som dos tambores

O caixão, deixem os de luto tomarem suas dores.

Que aviões a sobrevoar com desconforto
Rabisquem nos céus a mensagem Ele Está Morto,
Que em cada pomba seja colocada uma gravata,
E para os guardas de trânsito luvas negras basta.

Foi meu norte, meu sul, meu leste e meu oeste,
Foi cada dia da semana de uma forma que apetece
Do meio dia à meia noite, foi minha conversa e minha canção;
Pensei o amor ser infinito: falhei em ter razão.

Estrelas já não importam mais: apaguem o céu impregnado;
Finalizem a lua, e deixem o sol dilacerado;
Drenem todo o oceano e deixem a floresta destruída.
Pois nada agora há de bom nesta vida.



Poema traduzido por Raúl Rocha - Original: Funeral Blues de W. H. Auden

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